2. OBJETIVOS
Partimos do pressuposto de que os elos estabelecidos entre crianças/adolescentes e sua família e comunidade são vitais e devem ser levados em conta na elaboração de políticas e programas sociais. Neste sentido, pensamos que o conhecimento e o fortalecimento das bases de apoio comunitárias e familiares podem funcionar como estratégia política de enfrentamento à violência. Desta forma, definimos nosso objetivo principal de trabalho, que consiste no mapeamento das bases de apoio familiares e comunitárias para adolescentes e jovens na Zona Oeste de Natal, especificamente no bairro de Bom Pastor.
Escolhemos esta região da cidade por se configurar como área carente da capital e apresentar graves indicadores sociais: Maior índice de mortalidade infantil da cidade (21,42%); maior índice de gravidez precoce e maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. De acordo com informações colhidas pelo IBGE (1996), aproximadamente, 30% dos chefes de família são analfabetos e 16,86% têm somente de um a três anos de estudo; 57,75% destas famílias têm renda de até dois salários-mínimos. Na sua grande maioria são trabalhadores informais, desenvolvendo suas atividades sem amparo legal. Além disto, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, a partir de matérias de jornais locais, a Zona Oeste apresenta o maior índice de homicídios. Silva (1997) aponta um nível bastante alto de transgressões cometidas pela população jovem. A violência atinge a população jovem da Zona Oeste em forma de abusos sexuais, abandono, tráfico/consumo de drogas e exploração do trabalho infantil.
Além disso, objetiva-se futuramente:
1. Levantar possibilidades de fortalecimento das bases de apoio formais e informais para crianças e adolescentes.
2. Desenvolver programas de capacitação para lideranças comunitárias sobre desenvolvimento infanto-juvenil; direitos das crianças e adolescentes; prevenção da violência intrafamiliar.
3. Participar de forma integrada com os outros sub-projetos, na criação de um fórum permanente de apoio às bases comunitárias, integrando a comunidade acadêmica, as instituições que trabalham nessa área da infância e adolescência e as próprias bases.
4. Contribuir, com debates e produção teórico-metodológica, para fundamentar a elaboração de políticas públicas na área da infância e adolescência.